Como uma verdadeira máquina do tempo, a pandemia acelerou uma série de
transformações e materializou um futuro incerto em todos os setores da
economia, impondo um grande desafio para as empresas: ‘adapte-se ou
desapareça’. Nesse novo cenário, houve mudanças expressivas no
comportamento do consumidor em todos os níveis da jornada de compra, e é
preciso estar atento a elas para atender às expectativas de quem faz a
roda girar.
Por estarem passos à frente do Brasil na realidade da pandemia, os países da Ásia e Europa já perceberam a mudança e agora lutam para se adaptar. Há dois anos, segundo Sérgio Espeschit, o governo chinês decidiu abraçar o capitalismo consciente e apoiar organizações focadas em criar soluções que transformassem sua linha de produção. “Empresas que fazem coisas erradas são destruídas pelo público e pelo governo”, conta o consultor de negócios entre Brasil, Oriente Médio e China na Eastward.
Consumidores antenados
Em um mundo abalado pela pandemia, comprar se tornou um ato social. Não é de hoje que os consumidores cobram cada vez mais coerência entre o propósito e a atuação efetiva de uma companhia, especialmente quando o assunto é diversidade, responsabilidade social e sustentabilidade. Com a revolução dos smartphones, a informação está na palma da mão e a possibilidade de manifestar sua opinião em plataformas digitais realçou o poder de quem compra. “Se a marca não se posiciona sobre assuntos latentes na sociedade, as pessoas não vão advogar ou se posicionar por ela”, avalia a Diretora Global de Marketing da IHS Markit.
Definitivamente, não há mais zona de conforto para as marcas - e não só a conduta da empresa está sendo avaliada, mas também de quem trabalhar nela. “Se um funcionário de uma empresa não tem uma conduta correta, há um boicote online”, diz Dyene Galantini. É o caso da AVON que, ao ser cobrada por seus clientes, decidiu se posicionar em suas redes sociais e afastar uma funcionária após denúncias de violação aos direitos humanos.
É por esse motivo que Guilherme Athia, fundador da Atlantico em Bruxelas, acredita que também é hora de reavaliar a forma como as empresas se comunicam. “Hoje, o ‘boca a boca’ funciona mais do que o estardalhaço midiático. A comunicação precisa ser feita de forma prescritiva, não ‘marketeira’”, diz.
Fonte: Câmara Americana de Comércio
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